segunda-feira, 14 de maio de 2012


Preconceito Linguístico
                                                                                                                                
Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a  língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é considerada um objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço. Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:
  1. variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);
  2. variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma);
  3. variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);
  4. variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o de acordo com a situação em que se encontra).
Com a existência das várias modalidades da língua surgiu o preconceito linguístico e  qualquer que seja ele, é de um verdadeiro mau gosto, mas não há, neste mundo, quem não tenha alguma ideia ou atitude preconceituosa. Entende-se como preconceito Linguístico o julgamento depreciativo contra determinadas variedades linguísticas.
Um equívoco que contribui para disseminação do preconceito é restringir a gramática ao ensino da língua. Cada vez mais se acredita que o domínio da gramática normativa garante leitores/escritores críticos. Essa noção errônea é difundida tanto na escola, como em inúmeros manuais que mostra que a  única forma correta de falar e escrever são aquela que segue a gramática normativa e como errada todas as variedades não padrão da língua. Entretanto a variedade existe e é adequada a situação que o falante encontra-se.
 Em seu livro sobre preconceito linguístico Marcos Bagno afirma que "o preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários (...)".



Logo no primeiro capítulo, ele aponta oito MITOS do preconceito linguístico, que são:
    1.   "A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”
2. "Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”
3. "Português é muito difícil”
4. "As pessoas sem instrução falam tudo errado”
5. "O lugar onde melhor se fala português é no Maranhão”
6. "O certo é falar assim porque se escreve assim"
7. "É preciso saber gramática para falar e escrever bem”
8. "O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social"

O livro trás a tona a discussão acerca da confusão que muitas pessoas faz entre língua e gramática normativa. Para o autor, o que acontece é que a língua não é considerada um tema político e que esta, não deve ser levada em consideração só como uma coisa morta, mas devem-se considerar também as pessoas vivas que a falam.




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